"O irônico é uma vampira que sugou o sangue de seu amante e o abanou com frescor, o embalou até dormir e o atormenta com sonhos turbulentos" (Soren Kierkegaard. In: The Concept of Irony).

sábado, 23 de outubro de 2010

Outra viagem ao Rio Grande do Sul




Assistir ao documentário experimental, Ilha da Flores (1989), dirigido por Jorge Furtado, e encontro mais um Brasil atual, ácido e cruel. Encontro os homens numa escala inferior à dos porcos. O homem sem escolha, sem liberdade, sem poder decidir como viver. A sinopse do curta se resume na história de um tomate plantado, colhido, transportado e vendido num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. Acaba? Não. O documentário segue-o até seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças.
No final, ouvimos e vemos que "O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores numa posição inferior aos porcos na prioridade de escolha de materiais orgânicos é o fato de não terem dinheiro nem dono. Os humanos se diferenciam dos outros animais pelo telencéfalo altamente desenvolvido, pelo polegar opositor e por serem livres. Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda".

É inacreditável, mas assim é o Brasil: cheio de pequenos brasis que ainda nos assustam pela discrepância e desigualdade entre os homens (e os bichos)!!

(Mais informações: http://www.casacinepoa.com.br/os-filmes/produ%C3%A7%C3%A3o/curtas/ilha-das-flores).

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