"O irônico é uma vampira que sugou o sangue de seu amante e o abanou com frescor, o embalou até dormir e o atormenta com sonhos turbulentos" (Soren Kierkegaard. In: The Concept of Irony).

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um passeio pelo Rio Grande do Sul

"Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda". (Ilha das flores - 1989)

Participei do IV Colóquio Internacional Sul de Literatura Comparada (6-8 outubro de 2010) apresentando um trabalho sobre a ironia nas obras Os sete gatinhos, de Nelson Rodrigues, e em O pecado de João Agonia, de Bernardo Santareno. Mas, aproveitei para ficar com meu marido, que me acompanhou na viagem, até o dia 10 e conhecer o que pudesse no Rio Grande do Sul. Primeiro, fomos até o Mercado Público para comer e beber uma cervejinha (que ninguém é de ferro!!). Adorei aquele lugar: muita gente junta, comida boa, bebida gelada, artesanato, guloseimas...


Daí, seguimos para a Casa de Cultura Mário Quintana e lhes digo: valeu apenas demais!! A sensação que tive foi de estar mais íntima desse poeta que tanto amo (bem sabem aqueles mais próximos de mim a quanto tempo o Poeminha do Contra me acompanha!!). Para quem deseja seguir para o RS adianto que nesta Casa é possível ver muitas fotos de Quintana, poesias, uma réplica de seu quarto (a sensação é que ele acabou de acordar e seguiu para o banho deixando para trás aquela velha e íntima bagunça matinal), ter acesso à documentos pessoais do poeta, ao Quintana's bar, à oficinas de artes cênicas, informações diversas sobre artistas e espetáculos produzidos na capital gaúcha e, ainda, se deliciar com a leveza do Jardim Lutzenberger e com O Espaço O tempo e o Vento, em homenagem a Érico Veríssimo. Por isso, quando puderem, não percam tempo e sigam para uma das casas de Mário Quintana em Porto Alegre!


                                          Réplica do quarto do poeta Mário quintana 

Neste mesmo dia, tbm fomos à Usina do Gasômetro, perto do Rio Gauíba (agora rebaixado à lago pela burocracia dos homens). Da Usina se tem uma vista privilegiada, feiras de artesanatos, cursos, oficinas e um ótimo atendimento!!

                                                  
Mas, não paramos por aí... Visitamos a Pça da Matriz (LINDA!!!), localizada no coração de Porto Alegre, onde se encontra o Monumento de bronze em homenagem ao estadista gaúcho Júlio de Castilhos, criado pelo escultor Décio Villares, além da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, o Theatro São Pedro e o Palácio Farropilha.


Depois, seguimos para o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, uma instituição cultural voltada para a conservação, a pesquisa e a divulgação da história da Comunicação Social no RS, e vimos a exposição As faces do olhar, que insistentemente, nos questionava todo o tempo se, realmente, sabemos nos comunicar. " (...Vc tem ctz d q sabe msm c comunicar?). Eu não!!!!


Neste museu, ainda visitamos o seu acervo, disponível para consulta, que abrange diferentes áreas da Comunicação, como jornal, televisão, vídeo, rádio, fonografia, publicidade e propaganda, fotografia e cinema. Abaixo, um obra, no mínimo curiosa, que adoramos!!

Vamos nos reunir no quintal
e ver o quanto o nosso olhar pode ser generoso...


Incansáveis, sedentos de conhecer tudo o que pudessémos... seguimos para o Centro Cultural Érico Veríssimo, mas no caminho paramos... para ouvir e ver uma performance do Conjunto Bluegrass Porto-Alegrense, que costuma se apresentar, principalmente nas ruas - em tradicionais feiras de antiguidades e no centro da cidade - interagindo com o público e compartilhando, numa éspecie de oficina, o conhecimento da história da música bluegrass.


Depois de uns 30 min, seguimos para o CEEE e lá pudemos ver a Exposição Mário Quintana - O jardim interior. Maravilhosa, principalmente por se tratar do meu amado Quintana, mas, também pelas fotos e textos. I-nes-que-cí-vel!!!


No nosso último dia no Rio Grande do Sul, dois amigos maravilhosos: Juliana e Aníbal, nos deram de presente uma visita às cidades de Nova Petrópolis, Gramado e Canela. No caminho, conhecido como Rota Romântica, apreciamos uma bela vista de um dos tantos mirantes existentes nos 184 km da rodovia. O frio cortante e o vento no rosto nos fizeram sentir algo semelhante ao clima do Vale do Pati, na cidade de Andaraí, Bahia.


Eu e meu marido voltamos a ser crianças e nos perdemos no Labirinto Verde (Nova Petrópolis). Lá, dentro encontramos crianças, adolescentes, idosos e a alegria de viver o que a vida, generosamente, nos oferece.


A cidade de Gramado, por sua vez, é um pedacinho de alguma cidade europeia no Brasil. Eu nunca fui à Europa, mas a sensação que tive é que, por algumas horas, estive lá e aqui ao mesmo tempo. Me senti bem demais ao visitar o local, muito bonito por sinal, onde é realizado o Festival de Cinema de Gramado.


Tbm fomos ao Lago Negro (esverdeado), belo, calmo e bastante acolhedor.


Assim, como na capital gaúcha, Gramado oferece música ao vivo, de graça e de qualidade, no meio da rua.


Valeu a pena admirar a beleza da arquitetura da cidade...


Fechamos um dos dias mais maravilhosos de nossas vidas no Parque do Caracol, em Canela. Andamos por uma belíssima trilha ecológica. E, de novo, foi inevitável, não sentir saudades do Vale do Pati, da Chapada Diamantina, com a água respingando no rosto, das cascatas, corredeiras, do suor frio depois de uma caminhada no frio cortante do Sul. Aquele momento nos possibilitou sentir um pouco de Deus, um pouco do que temos de melhor.


Voltamos, nostágicos... lembrando de nosso amado Fernando Pessoa: tudo vale a pena se a alma não é pequena!!! Vamos nos permitir e deixar de nos incomodar com um cisco no olho, pois o bom da vida é passarinhar!!!

Fotos: Aníbal, Juliana, Maurício e Sol.
Texto escrito a quatro mãos!

Um comentário:

  1. Sol, que bela viagem, que fotos lindas. Fiquei com inveja (boa, claro!). Ah, também amo Mário Quintana. Bjs

    ResponderExcluir